Esperança
Nada mais apropriado para esta época do ano do que este poema.
"Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
vive uma louca chamada esperança
e ela pensa que quando todas as sirenas
todas as buzinas
todos os reco-recos tocarem,
atira-se
e
- ó delicioso vôo -
será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá, então,
(é preciso explicar-lhes tudo de novo!)
ela lhes dirá, bem devagarzinho, para que não esqueçam nunca:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Mário Quintana, do livro Baú de Espantos
Murucututu
"Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
vive uma louca chamada esperança
e ela pensa que quando todas as sirenas
todas as buzinas
todos os reco-recos tocarem,
atira-se
e
- ó delicioso vôo -
será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá, então,
(é preciso explicar-lhes tudo de novo!)
ela lhes dirá, bem devagarzinho, para que não esqueçam nunca:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Mário Quintana, do livro Baú de Espantos
Murucututu
4 Comments:
Um amigo meu me disse uma vez que, se os meses em vez de doze fossem apenas um e eterno, as pessoas enlouqueceriam. Ele disse que precisamos desse conceito de início e fim para vivermos a vida.
Parece ser verdade.
Me veio à mente:
"Long December, give me a reason to believe, maybe this year will be better than the last..."
(Counting Crows - Long December)
Bentíva
Certa vez eu li: "A fé sem obra é morta". Tenhamos esperança sim, porém façamos coisas espetaculares, para nós e para quem pudermos fazer. Já foi dito que nós somos o que nós vivemos, eu digo mais, nós temos o que nós oferecemos. O que é a vida senão um eterno compartilhar.
Dodô
Q maravilha de ensinamentos, quanta poesia! Esse viveiro virtual me encanta mais a cada dia!
Murucututu é cultura!
Cana
Falando em Mario Quintana...
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
(Prosa e Verso, 1978)
Postar um comentário
<< Home